Tarifas de Trump podem estar conduzindo a economia dos EUA para uma tempestade, alerta Citi. As tarifas impostas pelo presidente Donald Trump podem estar conduzindo a economia dos Estados Unidos rumo a uma tempestade. Segundo analistas do Citi, os efeitos dessas medidas tarifárias abrangentes sobre o crescimento econômico americano ainda estão começando a aparecer — e o pior pode estar por vir. Os especialistas alertam que as políticas comerciais adotadas por Trump estão desacelerando a atividade econômica global.

O Citi observa que, apesar de sucessivos alertas de que essas tarifas — imediatas ou adiadas — poderiam prejudicar a produção industrial, a economia mundial, até o momento, tem demonstrado uma “resiliência notável”.

Inicialmente, a Casa Branca anunciou aumentos tarifários que atingiam tanto aliados quanto adversários. Posteriormente, o governo suspendeu temporariamente algumas dessas medidas para abrir espaço às negociações com diversos países. A China, por sua vez, obteve um adiamento separado e uma redução parcial nas tarifas.

Atualmente, permanece em vigor uma tarifa universal de 10%, além de impostos específicos sobre produtos como alumínio, aço e peças automotivas. Especialistas estimam que a taxa tarifária efetiva dos EUA atingiu agora o nível mais alto desde a década de 1930.

Segundo os analistas do Citi, empresas e consumidores americanos correram para estocar mercadorias antes da entrada em vigor das tarifas, criando uma proteção temporária contra uma desaceleração imediata da economia.

No entanto, os efeitos completos dessas tarifas devem se manifestar nos próximos meses. A demanda do consumidor pode sofrer um duplo impacto: primeiro, pela redução do poder de compra; depois, pelas consequências do movimento antecipado de compras. Diante disso, o Citi vê uma tempestade se formando na economia, classificando o momento atual como uma calmaria antes da tempestade. A perspectiva negativa está centrada na segunda metade de 2025.

A projeção do Citi é de que o crescimento global desacelere para 2,3% neste ano, ante 2,8% em 2024. As economias avançadas devem ser as mais vulneráveis, com expansão podendo cair para apenas 1%.