Na última sexta-feira, os índices de ações fecharam em alta, com o S&P 500 subindo 0,88%, o Nasdaq 100 ganhando 1,31% e o Dow Jones Industrial Average aumentando 0,38%.

Os mercados acionários globais atingiram uma máxima semanal, à medida que os investidores seguem apostando em um forte encerramento de ano, após o rali das ações dos EUA na última sexta-feira. O MSCI All Country World Index, que mede o desempenho das bolsas globais, avançou pelo terceiro dia consecutivo. O índice de ações da Ásia-Pacífico subiu 1,1%, impulsionado principalmente pelo setor de tecnologia. Já os futuros das ações norte-americanas também registraram ganhos, enquanto os contratos do Euro Stoxx 50 recuaram 0,2%.

Os mercados de commodities também estiveram no centro das atenções. O ouro e a prata atingiram novas máximas históricas, enquanto os preços do petróleo avançaram em meio à escalada das tensões geopolíticas, após o endurecimento do bloqueio imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, à Venezuela. O cobre também alcançou um novo pico. No Japão, os rendimentos dos títulos públicos subiram para máximas de vários anos após o aumento da taxa de juros na última sexta-feira, enquanto o iene se enfraqueceu, já que a principal autoridade cambial do país não sinalizou mudanças iminentes na política monetária.

A valorização dos metais preciosos é atribuída principalmente ao seu papel como ativos de refúgio em períodos de maior incerteza. A intensificação do conflito envolvendo a Venezuela, somada às preocupações com uma possível desaceleração do crescimento econômico global, levou os investidores a migrarem para ativos defensivos. Além disso, a alta nos preços do petróleo — impulsionada pelos riscos de interrupções no fornecimento venezuelano — elevou as expectativas de inflação, o que também favorece o ouro e a prata.

As expectativas por um rali de fim de ano nos mercados acionários ganharam força, uma vez que os compradores que aproveitaram a queda da semana passada ajudaram a interromper a desvalorização associada às dúvidas em torno da inteligência artificial. Nesta semana, é provável que o mercado mantenha um viés positivo, já que o medo de ficar de fora (FOMO) tende a compensar, ao menos no curto prazo, as preocupações com uma possível bolha no mercado acionário.

No que diz respeito aos principais indicadores econômicos, esta semana trará os dados de crescimento do Reino Unido e dos Estados Unidos, além da ata da reunião de política monetária de dezembro do Banco da Reserva da Austrália, que pode oferecer pistas sobre a possibilidade de novos aumentos de juros em fevereiro. No Japão, são esperados os dados de inflação de Tóquio e os números de emprego, que podem ajudar os traders a avaliar as perspectivas da política monetária do Banco do Japão.

Do ponto de vista técnico, a principal tarefa dos compradores do S&P 500 nesta sessão será superar o nível de resistência mais próximo em 6.854 pontos. Um rompimento consistente desse patamar poderia sinalizar continuação do movimento de alta e abrir espaço para um avanço em direção a 6.874 pontos. Um objetivo igualmente importante será a consolidação acima de 6.896 pontos, o que reforçaria o controle dos compradores.

Caso o mercado passe por um movimento corretivo em um cenário de redução do apetite ao risco, os compradores devem buscar sustentação na região de 6.837 pontos. Uma quebra abaixo desse nível pode levar rapidamente o índice de volta para 6.819 pontos e, na sequência, abrir caminho para um recuo até 6.801 pontos.